SOBRE O AUTOR
Adilson Rodrigues nasceu na cidade de Tiros, Minas Gerais, em 04 de outubro de 1949.
UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Quando criança, enfrentou grandes desafios. Aos 8 anos de idade (tendo em vista que o pai havia abandonado a família), mudou-se com a mãe, 6 irmãos (1 menino e 5 meninas), para uma casa simples, feita de madeira e palha, na Favela Pedrosa, em Ceres-Goiás.
Em seguida, um fato marcante aconteceu em sua vida. Já com a determinação de que um dia venceria, pegou um fundo de caixa de sapatos, vazia, e nele escreveu seu propósito de vida: Eu quero ajudar: minha mãe, irmãos, pai, causas sociais. No centro do papel escreveu: Eu: desenvolver e criar uma família. Afixou o papel do lado do guarda-roupa, pois este não tinha portas.
Dois anos depois, aos 10 anos, já haviam conseguido uma casinha de tijolos, com 3 cômodos. A felicidade durou pouco. No ano seguinte, aconteceu uma tragédia. Uma forte enchente cobriu por 8 dias a sua casinha e grande parte da cidade, levando consigo várias casas, incluindo a sua, com todos os pertences.
Mas o que poderia acarretar sentimentos de revolta ou tristeza, para o pequeno Adilson serviu para mostrar sua força. Na madrugada da enchente, a cidade ficou mobilizada, devido ao tamanho da catástrofe. No galpão de uma oficina, onde estavam Adilson e a família, chegou uma senhora, com uma garrafa térmica com chocolate quente. Ao ver aquela família apenas com a roupa molhada no corpo, desabou a chorar. Foi aí que o pequeno Adilson, olhando bem nos olhos dela, disse: “não precisa chorar; estamos todos vivos e vamos conseguir tudo de novo”. Ela conteve o choro e disse: “Me desculpem. A fraca aqui sou eu”.
Adilson foi bem-sucedido ao enfrentar esses problemas. E assim, do nada, a família recomeçou novamente. Com muita simplicidade – e com a valentia da matriarca e do jovem Adilson –, se mudaram então para um barracão inacabado, sem portas e janelas, até as coisas se ajeitarem.
O VALOR DO TRABALHO
Desde cedo, aprendeu a valorizar o dinheiro ganho e a importância de saber como controlá-lo. Aos 9 anos, já trabalhava, e 10% do meio salário mínimo que recebia era sagrado: tinham que ir para a poupança. O restante era para ajudar na sobrevivência da família.
Em 1962, há 3 anos trabalhando em um armazém de atacado de secos e molhados (alimentos e não alimentos) dos árabes Kalin e Antônio Saeghe (grandes mestres),além de aprender a arte dos negócios, ouvia atentamente as histórias da Humanidade, muitas dessas partilhadas pelas visitas constantes do ilustre ex-presidente deposto da Síria, Adib Shishakli, que nesta época também vivia em Ceres. O trabalho no armazém durou de 1959 a 1966 e foi um período de intenso aprendizado. Valeu por um doutorado.
Em 1967 Adilson mudou-se com a família para São Gotardo, em Minas Gerais, onde gerenciou um bar e restaurante dos tios. Em 1969, seguiu para Belo Horizonte, onde trabalhou em um atacado de cereais até 1971. Pela sua inquietude e dedicação muito além do dever, foi convidado pelo então patrão para ser sócio em dois pequenos supermercados – os Supermercados Ceci – de sua propriedade. A parte de Adílson na sociedade poderia ser paga com os lucros obtidos. Não demorou 2 anos para quitar o investimento. Excelente negociador, realizou grandes feitos. Já nessa época, tinha a capacidade de atrair dinheiro e bons negócios. E assim foi. O negócio na área supermercadista cresceu e se transformou em seis supermercados, que atraíam a classe média e eram um grande sucesso nas regiões onde atuavam.
NOVAS PERSPECTIVAS
O empreendimento prosperou. Nas décadas seguintes, o jovem e determinado Adilson conseguiu então realizar os propósitos que havia escrito naquele pequeno papelão. Sua mãe e irmãos tinham um novo lar, os irmãos haviam estudado, alguns já haviam casado, seu pai também foi contemplado com uma casa e mesada para subsistência.
Adilson, então, estava pronto para alçar novos voos. Na escola, foi um pouco relapso. Talvez o tempo escasso, o sono e o cansaço não permitissem dedicação maior. E o que ele gostava, mesmo, era de aprender fazendo.
Em 1975, já casado e ainda sem condições de ter luxo, iniciou essa nova etapa de sua vida, com muita simplicidade mas com sabedoria para lidar com o dinheiro. Não comprou nada à prestação; gostava mesmo era de um bom desconto. Pagar juros nunca entrou em suas planilhas de custos. Tinha que viver com o que ganhava, e deste, ainda tinha que guardar 20%. Isso era lei. Ao lado de Maria Dulce teve duas filhas: Érika e Fabrícia, que lhe deram três netas: Ana Luísa, Júlia e Laura.
INQUIETAÇÃO E PROPÓSITO
Sempre inquieto e curioso, Adilson perseguia um propósito ainda não realizado: ajudar os outros. E foi esta característica que o levou a participar desde cedo das questões inerentes ao associativismo. Em 1977, há dois anos atuando como vice-presidente da AMIS – Associação Mineira de Supermercados, pôde realizar mais um sonho, que era ajudar os pequenos supermercadistas. Para tanto, juntamente com outros varejistas, fundaram a ASSOMAR – Associação dos Varejistas da Rede Somar, da qual foi o primeiro presidente.
Posteriormente, por solicitação da AMIS, a ASSOMAR agrupou-se à Entidade, onde Adilson atuou por 25 anos como vice-presidente e 15 anos como superintendente. Por algumas ocasiões declinou do convite para assumir a presidência, por acreditar que tal cargo, numa entidade do porte da AMIS, precisava ser exercida por um empresário ligado a empresa de grande porte. Na década de 1990, teve uma experiência muito bem-sucedida como sócio-fundador da rede de padarias vip PÃOMANIA, com 4 lojas em Belo Horizonte, negócio que foi vendido por falta de tempo e pela diversidade de atuação na Associação, supermercados e padarias. A empresa supermercadista, que possuiu por 35 anos, foi um grande orgulho. Além de lhe proporcionar condições financeiras e patrimoniais, encerrou as atividades em 2005 sem nenhuma pendência com funcionários, fornecedores ou qualquer órgão público. A venda das empresas permitiu uma dedicação maior a uma de suas grandes paixões: cuidar do associativismo na AMIS.
Em janeiro de 2016, após 40 anos de dedicação ao associativismo supermercadista, solicitou seu desligamento da AMIS, onde teve a oportunidade de defender os interesses do setor de forma assertiva e contundente. Deixou a entidade totalmente estruturada, reconhecida como referência em todo o Brasil, com produtos consolidados no trade, entre eles SuperminasFood Show, Revista Gôndola, SEVAR (Super Encontro Varejista), UNIVA (Universidade do Varejo), entre vários outros produtos e serviços, além de 100% das grandes redes e 90% de todos os supermercados representativos de Minas Gerais filiados à AMIS. Ao fim de sua gestão, deixou recursos financeiros disponíveis em Caixa para aquisição de moderna sede própria.
De forma planejada e organizada, desligou-se da AMIS – após uma preparação de estruturação dos processos, treinamento da equipe e tempo para o presidente encontrar um substituto. Aí, sim, consumou-se a transição. Era chegada a hora de privilegiar projetos pessoais como, por exemplo, concluir a escrita do livro sobre as áreas da vida, prestar consultoria em Associativismo e Gestão para Resultados para pequenas e médias empresas e … curtir mais intensamente a vida.
EQUILÍBRIO E EVOLUÇÃO
Em todas as etapas de sua vida Adilson buscou continuamente o equilíbrio nessas quatro áreas da vida: trabalho, família, relacionamentos e desenvolvimento profissional e pessoal. Sempre atento ao comportamento humano, transformou essa experiência em uma metodologia de vida, que teve como base seu aprendizado desde a escrita no papelão da caixa de sapatos, aos 9 anos de idade. Posteriormente, aprofundou os estudos nessas quatro áreas da vida, ministrou vários cursos, seminários, palestras e implantou esta metodologia em vários grupos. O objetivo é sempre despertar para minimizar os fatores que causam infelicidade e potencializar os fatores que geram mais felicidade.
Essa nova fase que se inicia, Adilson está cheio de energia para continuar buscando momentos emocionantes.